lunes, 13 de septiembre de 2010

A ILHA DO PATRIMONIO DA HUMANIDADE

A ILHA DO PATRIMONIO DA HUMANIDADE

A “Serra de tramuntana”

Essa espinha dorsal que vai de norte a oeste e que protege a nossa ilha dum clima mais extremo, está sendo pedido à UNESCO, por parte da “Conselleria de Mallorca” como Patrimônio da Humanidade no apartado cultural.

Podia escrever muitas coisas sobre ela, tenho a sorte de viver nela e conhecê-la bastante bem, pois tanto como excursionista, ou amante da pré-história a tenho percorrido durante anos, botando o narizinho em lugares maravilhosos, tanto paisagísticos como arqueológicos, etnológicos e religiosos.

Numerar as suas riquezas seria muito extensivo, mas direi que essa serra é a zona com maior pluviosidade da ilha e graças a ela, temos água e até neve no inverno.

A sua maior altura, 1450m. é o “Puig Major” que até faz pouco teve uma base de radar dos americanos (USA).

No seu seio tem a “lluc” lugar onde a tradição conta a aparição duma virgem, a “Verge de LLuc”, em que se fez um mosteiro e vai em peregrinação o pova da ilha de Mallorca e também de Menorca, Eivissa e Formentera.

Lendas e milagres que enchem o vale onde se acha o mosteiro, unido a antigas crenças dos tempos pré-históricos re romanos.

“Lluc” vem do latim “Lucus” (bosque sagrado).

Também na Serra se cultivou e se cultiva a oliveira, da qual se extrae o azeite e as azeitonas, da qual se faz o excelente “Pa amb oli” (pão com azeite) tão apreciado na nossa gastronomia.

Para manter a terra nas montanhas, a vezes muito inclinadas, se constrói paredes de pedra, “marges” unidos sem cimento, isso é em seco. Formam uma paisagem humanizada, porém de tal forma adaptada à natureza que eu até pensava que era natural e não feito pelos homens.

Dessa beleza toda, eu tenho um pedacinho, ali na montanha. Essa mesma que, segundo a lenda, os habitantes de Fornalutx subiam, nas noites de lua cheia, intentando com um bambu, apanhar a lua.

Ou a gente de Biniaraix, como o meu pai, que viam nascer o sol duas vezes, e se gabavam disso.

A foto do princípio é um “porxo” (casinha feita de pedra, o meu pai dizia que a nossa, essa da foto, tinha 200 anos) onde se guardava os sacos das azeitonas e as ferramentas para trabalhar à terra, e também como não, era um lugar para refugiar-se do frio e da chuva.

Nós temos esse pedacinho, com algumas oliveiras e vista ao “Barranc de Biniaraix”.

Se for patrimônio ou não, não sei, mas não importa. O mundo é nosso patrimônio, nossa casa, e alguma vez parece que esquecemos isso.

“Serra de Tramuntana”: Patrimônio da Humanidade.

miércoles, 31 de marzo de 2010

A ILHA DA CORRUPÇAO


3.000.000 DE EUROS OU A RAPÔSA DENTRO DO GALINHEIRO.
Quem pudera ter essa quantidade de dinheiro para fazer coisas, nao só para um mesmo, senao pela sua cidade.
Com esse dinheiro se podiam fazer muitas coisas: Uma escola, um teatro, um lugar para os jovens, um cinema, uma fábrica, um lugar para feiras de inverno, uma excavaçao arqueológica, atividades culturais, tratamento dental para as crianças, informatizar as aulas etc.
Pode que nao desse para tudo, mas alguns projetos podiam fazer-se...
Mas tudo isso é especulaçao, pois esse dinheiro, por supôsto nao é meu, é o que tem de pagar o ex-presidente da nossa comunidade autônoma das Ilhas Balears, Jaume Matas.
Esse dinheiro foi pôsto como fiança pelo juiz José Castro para evitar a prisao preventiva por uma série de delitos de malversaçao de dinheiro público, fraude fiscal, enriquecimento privado a costa dos recursos da comunidade, uso de fundos comuns para financiar o seu partido político: PP (partido popular) etc.
Uma vergonha para toda a nossa comunidade, ainda que os seguidores do PP usem a disculpa: Que todos os políticos sao iguais.
Sabemos que o poder corrompe e a democracia é um sistema que intenta a auto-regulaçao a través duma série de partidos políticos que deveriam vigiar e fiscalizar o govêrno de turno.
Esse sistema, quando um grupo político conserva muito tempo o poder, como no caso do PP nas Ilhas faz que apareçam personagens que aproveitam a situaçao para o seu benefício pessoal.
Jaume Matas é um desses indivíduos que subiu ao poder traindo a gente do seu próprio partido, depois, usando influências, conseguiu escapar duas vezes da justiça, sendo nomeado Ministro de meio ambiente do último govêrno de Aznar, quando houve o desastre do "Prestige" (petroleiro que naufragou diante das costas de Galícia).
O seu govêrno das Ilhas se caracterizou por uma política de destruiçao territorial (autovias, edifícios, apartamentos, urbanizaçoes, etc.) Favorecendo a construçao, a vinda de imigrantes, a especulaçao territorial, beneficiando grandes empresas construtoras de "amigos" seus etc. Sua última obra faraônica ficou em projeto, graças a Deus: Um teatro de ópera no meio da Baía de Palma.
Porém nessa orgia construtora, achou o seu "Sao Martim", foi na cosntruçao dum velódromo onde o sujeito se pegou as maos, com um custo muito superior e sem justificar, ele desviou o dinheiro para sí (50.000.000 €), e com ele comprou um palácio com uma decoraçao caríssima, se até a escovinha do sanitário valia 375 euros.
Quando perdeu as últimas eleiçoes, o novo govêrno achou a confusao, e a justiça parece que ao fim despertou.
Hoje sinto que posso confiar na justiça, estou orgulhosa dos seus fiscais e dos seus juízes.
Esse caso, porém, nao é o único, muitos outros políticos/as da Ilha estao implicados em outros casos de corrupçao.
Um dos mais soados foi o da caixa de Cola Cao, uma caixa desse batido de chocolate que continha dinheiro (200.000 euros) estava enterrada no jardim de Antonia Ordinas, mulher de confiança de Jaume Matas (e como se vê, excelente discípula).
Podiamos numerar muitos outros casos, mas as palavras do Juiz Castro o dizem tudo: Era "uma rapôsa dentro do galinheiro". Foto: Diario de Mallorca.

martes, 16 de febrero de 2010

A ILHA DO AMOR


"Sa Cova d'en Xoroi" (Uma estória de amor)
Menorca é a segunda ilha maior do Arquipélago das Ilhas Baleares.
Na semana passada ficou toda branca pela neve desse inverno duro e largo. Também o passado domingo foi o dia de Sao Valentim, dia dos namorados.
Esses dois fatos me fizeram lembrar uma estória de amor que teve lugar nessas terras e que deu lugar a um topônimo, que hoje em dia ainda segue vivo: "Sa cova d'en Xoroi".
Faz muito tempo, depois da conquista das Ilha pelo Rei Jaume Iº e da sua colonizaçao pelos cristaos catalaes, os mouros que nela habitavam foram-se, os que puderam, outros morreram e alguns ficaram como escravos, eles e os seus descendentes, trabalhando no campo ou como criados.
Por essa época, nas fazendas e vilas, começou uma etapa de roubos pequenos: alimentos, roupas e diferentes objetos; que no princípio nao preocupou as autoridades.
O tempo foi passando e um dia, uma mocinha de Biniedris (nome duma casa de campo) desapareceu misteriosamente.
Esse feito abalou as fazendas e vilas e também as autoridades que começaram a investigar tao estranha desapariçao.
Mas o tempo foi passando e nada mais se soube da donzela.
Os pequenos furtos e roubos foram seguindo e as hipóteses sobre os autores geravam dúvidas e contradiçoes.
Até que um dia uma grande nevada se abatiu sobre Menorca e a gente do povo viu que se tinha roubado numa fazenda vizinha, comida e roupa.
As autoridades seguiram as pisadas que havia sobre a neve fresca que cobria todo o chao e que os levava até um precipício que dava ao mar.
Aí, nesse abismo, se abria uma grande cova. Com cordas baixaram e alí estava um mouro que protegendo umas crianças e uma mulher lutava desesperadamente.
Era uma luta desigual, sentiu-se tao assustado que apanhou a maozinha do seu filho mais velho e se tirou ao mar.
Repararam que lhe faltava uma orelha (que na língua catalana se diz "xoroi" a quem tem uma orelha menos, também se sabe que os mouro cortavam uma orelha a quem dizia uma mentira).
Naquela cova tao grande, tinha vivido o mouro com a mocinha de Biniedris e o fruto do seu amor: tres filhinhos.
Nao sabemos o que passou depois, imaginamos que a mulher se refugiou com a sua família ou quem sabe foi repudiada pela sociedade, dizem que ainda existem os seus descendentes.
O que sei, já que visitei a cova, que agora tem um acesso mais fácil, ainda que perigoso, é que se converteu em uma "discoteca" (boate).
De certa forma ainda acolhe um ninho de amor. Um ninho no meio do precipício e com vistas ao mar Mediterrâneo, uma vista magnífica!
"Sa Cova d'en Xoroi" segue sendo um lugar de lenda.